Pela intensidade do encontro, haverá vários posts referentes à BID, mas queria começar esse com um observação interessante: as mesas redondas foram organizadas po
r país, prevendo um panorama geral da área de design e uma exibição de portfolios variados. Assim, acompanhei as mesas sobre Brasil, Argentina, Peru, Colômbia, Venezuela e México, e deixei de ir na do Chile, por problemas de grade.
Chama a atenção a mesa do Peru, coordenada pela designer Marita Quiróz, que iniciou sua fala expondo um mapa do país. O desconhecimento entre nós é tão grande, que precisamos chegar a esse nível de didatismo que seria impensável num evento europeu, por exemplo: imaginem um italiano mostrando um mapa da Itália para um público da Comunidade Européia e explicando resumidamente o que é o seu país... parece até piada! Mas em se tratando de design ibero-americano isso fez-se necessário, pela completa falta de circulação de informação, pelo desconhecimento de elementos básicos desses países.
Senti que ali estava começando um pequeno movimento de integração. Não mais por questões ideológicas, mas por necessidade de conhecer e mesurar a força que temos na área, numa época em que as indústrias criativas ocupam 7% do PIB mundial. Fui a Madrid participar da BID porque acredito que o design - assim como a moda, também bastante presente no evento - pode ser um elemento importante nesse projeto de resignificar a América. Pensar nessa área bipolar - meio arte, meio indústria - como um espaço de inovação e reinvenção das tradições locais pode ser uma pista do caminho a seguir. E estou apostando nisso.