terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Afinal, ¿de qué va?

América Aracnídea - teias culturais interamericanas trata de uma iniciativa do governo Vargas que envolveu inúmeros escritores e intelectuais entre os anos 1941 e 1948, com o objetivo de formular a "interpretação brasileira do pan-americanismo". A publicação do suplemento Pensamento da América, pelo jornal varguista A Manhã, foi um indício importante do modo como o Brasil se voltava para os países vizinhos numa tentativa de gerar maior conhecimento mútuo, no contexto da Política da Boa Vizinhança. 

Com um time composto por grandes nomes, como Manuel Bandeira, Ribeiro Couto, Renato Almeida, Cecilia Meirelles, Gabriela Mistral, Vinicius de Moraes, Dante Milano, Jorge de Lima, entre tantos outros, eles traduziram, compilaram, viajaram, trocaram, descobriram e publicaram uma enormidade de poemas, crônicas, pinturas, críticas literárias, dossiês históricos, mapas, partituras, desenhos, concursos, gravuras, fotografias, etc, etc, etc, sobre os principais nomes criativos das terras americanas - Estados Unidos incluido! De Walt Whitman a Torres García, passando por Borges, Rivera, Villa-Lobos e Alfonsina Storni, entre centenas de outros, procuravam formar uma imagem possível deste continente para o leitor brasileiro. É claro que, como toda imagem, possuía recortes bem nítidos delimitados pelo contexto político-diplomático. No entanto, os grandes intelectuais envolvidos deixavam escapulir lá e cá uma imagem muito mais densa e complexa do que uma mera propaganda conjuntural.




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